segunda-feira, 1 de setembro de 2008

"Um banquinho e um violão"

Hoje assistindo ao CQC ( da Tv Bandeirantes), os apresentadores comentaram "Poxa!Mas nunca acabam as comemorações dos 50 anos de Bossa Nova!", confesso que me fizeram refletir sobre os impactos deste ritmo no povo brasileiro.
O quão impactante foram aqueles primeiros acordes dedilhados por Vinícius e suas garrafas de Whisky na nossa cultura. Um ritmo novo na juventude carioca de classe média. Emfim, a classe média se rendia aos encantos do violão, instrumento considerado de "ralé". Geralmente ligado à figura do boêmio, galanteador, beberrão e que morria antes dos trinta anos vítima de uma fatal tuberculose. O ritmo do morro descia e ia de encontro com o piano, uma coisa erudita em que grandes gênios da música se revelaram como nosso tão conhecido Bethoveen e sua 5ª.
Notem, além da perfeita harmonia entre estes instrumentos a tamanha revolução que começou a ser feita. A música, o ritmo transcendeu as classes sociais, os pré-conceitos para se fazer arte.
Eu, jovem de 18 anos.Sempre fui considerado com gostos ultrapassados para música.Mas acho que música boa não tem idade mínima nem idade limite. Muitas vezes criticados por amigos por gostar de Sinatra, Jobim ou Chico Buarque. Jogaram pedras quando disse que gostava de Mutantes e tropicália!
Mas meu bom Deus ( caso exista), diga-me qual outra coisa posso gostar?A música brasileira está uma tragédia. Que nasçam novos Antônios; Vinícius; Naras e Chicos. Cada dia que passa fico mais triste com o nosso futuro musical.Como pode, um povo que gerou uma música maravilhosa com a nossa, uma bossa,um bom rock pode se transformar nessa cacofonia?!
Este mesmo povo, hoje goza de uma"brilhante" discografia, com suas letras educativas e criativas como "Créu" e "67 patinete, abre as pernas que a gente mete".
Como posso ter esperança, se cada dia aparecem mais Piriguetes e mulheres frutas mostrando a bunda (diga-se de passagem que são belas bundas), mas mesmo assim ainda são bundas. Mostrem as bundas!Que seja!Mas aos menos troquem as canções...

Como dizia o poeta:

"Que seja eterno enquanto dure..."

Viva a Bossa.
Viva o Brasil e seus contrastes que me deixam abismados.

Um comentário:

Marcel Ghisleni disse...

Um espetáculo essa tua dissertação.

Falaste tudo Rafa. Hoje em dia o povo nega a cultura das canções antigas e as substituem pelas estapafúrdias músicas de hoje.

Gostei da parte das bundas, e é bem isso, que elas mostrem tudo que tenham para mostrar,UASDHUDSAHUADSH.

Muito Bom!