sexta-feira, 8 de maio de 2009

De palhaço só nos falta o nariz

*Rafael de Brito/Estudante do Curso de História UNISC

Fico imaginando o que deixaremos para nossos filhos. Tínhamos conhecimento da pouca vergonha que se instalou em nossa política. Isso não é de hoje, mas convenhamos que essa “orgia” tornou-se escancarada aos nossos olhos. Tenho vergonha do Brasil que deixarei pros meus filhos e netos. Tenho vergonha por aqueles que não têm um pingo dela.
Os recentes escândalos em Brasília nos mostram uma verdadeira indiferença dos “representantes do povo” com aqueles que os colocam lá. Quando achávamos que o escândalo do mensalão era o ápice da corrupção, talvez apenas superado pelo Collor, novas sujeiras surgem debaixo do tapete que fazem com que todos os butiás caiam de nossos bolsos. Como disse antes, roubar é uma prática antiga. Talvez a “profissão” de ladrão seja mais velha que a de prostituta. Mas durante muitos anos se roubava na surdina, por baixo dos panos sem muito estardalhaço. Hoje, a coisa tornou tão banal que nem achamos estranho. Esfregam na nossa cara a corrupção e ficamos parados como bananas!
Os nobres políticos quando estão em campanha são do povo e para o povo a qualquer custo, intitulando-se muitas vezes de “defensores dos fracos e oprimidos”. Quando se elegem e ganham um título de Deputado ou Senador para colocar na frente do nome, na maioria dos casos, esquecem dos interesses do “seu” povo e de fato se “LIXAM” para a opinião dos relis mortais que os colocaram ali. As últimas declarações me deixaram com uma pulga atrás da orelha, caro eleitor, onde uma verdade foi dita: ”vocês batem, batem mas agente se reelege”. E não tiro a razão daquele que disse tais palavras. Talvez, foram as únicas coisas absolutamente certas que foram ditas. Quem são os verdadeiros culpados? Nós! Muito simples.
Quando dizem que a política é o reflexo da sociedade não estão errados. Porque quem os coloca lá?Os palhaços, quero dizer, os eleitores. Apesar de que este reflexo é um tanto distorcido. Não são todos os eleitores que ganham R$16 mil por mês; não têm castelos à La Cinderela, muito menos passagens aéreas a disposição para a Europa contemplando toda a sua família. Mas isso é certo? Pouco importa! Nossa opinião não tem valor mesmo. Só somos úteis de quatro em quatro anos, não é?
Será que é pedir muito, já que pago seus salários, um pouco mais de respeito com os cidadãos brasileiros?Por um acaso perderão uma parte do corpo se trabalharem com mais seriedade e se importassem realmente com os interesses do povo?Creio que um pouco de vergonha na cara não faz mal a ninguém. Não quero chegar ao ponto de ter que me ajoelhar na frente de vossas senhorias e implorar humildemente para que tenham escrúpulos e não joguem seus valores morais na fogueira, como vêm fazendo descaradamente nos últimos anos. Está certo que não reagimos, não fazemos mais passeatas monstruosas para reivindicar o encerramento destes “bacanais” fiscais e morais que acontecem aí no planalto central. Poupe-nos deste desgaste físico e emocional. Cumpram suas obrigações que não os incomodamos mais. Se fizerem as coisas como devem ser feitas (as coisas HONESTAS, logicamente) não teremos motivos para reclamar.
Nobres deputados e senadores. Por obséquio vos imploro!Um pouco de honestidade em Brasília. Não são vocês que apanham da opinião pública. É o eleitor que é esbofeteado e pisado por muitos que estão aí. Sinto que sou motivo de piada e chacota como muitos brasileiros. Só nos falta o nariz vermelho!

2 comentários:

Cassionei Petry disse...

Muito bom teu texto. Li na Gazeta, mas não recordo se tinha o endreço do teu blog. De qualquer forma, cheguei aqui via orkut. Um abraço.

Unknown disse...

Concordo contigo denovo!
Tá saindo até na Gazeta, mazza guri!
Ótimo texto novamente!
o/