sexta-feira, 5 de junho de 2009

Louis le Grand: o marketing do Rei Sol- PARTE I



Por Rafael de Brito Vianna

“A gente logo vê, essa majestade toda vem de peruca, dos sapatos de salto alto e do manto... É assim que os barbeiros e os sapateiros fabricam os deuses que adoramos.”
William Thackeray

Conhecido como “Rei Sol”, Luís XIV e seu reinado são os grandes exemplos de um período da história da Europa, principalmente da França conhecido como “Absolutista”. Ao lembrarmos de Luís, logo nos vêm à mente o palácio de Versailles e a pomposidade com que vivia a corte. Mas pouco se estuda os motivos que fizeram deste Rei uma figura tão lembrada na história mundial. O livro “A Fabricação do Rei” de Peter Burke nos revela em narrativa fácil, recheado de imagens e detalhes informações de como foi o funcionamento da “máquina de publicidade” em que Luís esteve envolto durante os seus 72 anos de reinado.
Engana-se quem acha que este longo reinado se manteve homogêneo durante todo o período vigente. Várias foram as fases, sendo que cada uma possui características particulares. O livro faz esta divisão entre quatro períodos : a construção da imagem real intitulada “O Nascer do Sol”, chefiada pelo Cardeal Mazarin (governo impessoal 1643-1661); a auto-afirmação dirigida por Colbert, descrita pelo autor como “A auto-afirmação” (1661-1683) que é caracterizado como os “anos áureos” do reinado; o início do declínio na figura de Louvois – “A reconstrução do Sistema” (1683-1691)- e os anos finais do reinado “O Pôr-do-Sol” (1691-1715).
Filho de Luís XIII com Ana da Áustria, após a morte do pai e com apenas quatro anos de idade, o menino Luís é coroado Rei de França e Navarra e co-príncipe de Andorra. Desde seu nascimento o pequeno príncipe já era considerado uma espécie de messias, que traria prosperidade e riqueza ao povo francês. Não é exagero quando se afirma que o Rei é um representante de Deus na Terra, ou até mesmo o próprio. Mas para que tal “mito” funcionasse, foi preciso muita habilidade do governo para fosse construída uma máquina de propaganda forte e que trabalhasse com o único objetivo de mostrar a sua “divindade” perante seus súditos e o resto do mundo.


O material produzido em sete décadas de governo, nos mostra diversos aspectos da política, da cultura, das artes e das ciências da sociedade moderna, em especial a francesa que lançou toda esta gama de conhecimento para a figura de seu monarca que seria o representante, supostamente mais fiel, do modo de viver francês. Centenas de quadros, medalhas, tapeçarias, estátuas,livros e poemas entre inúmeros outros meios de propaganda colaboraram para a construção da “Histoire du Roi”.

2 comentários:

Mê °o° disse...

Rafa, acabei de fazer uma homenagem ao teu blog lá no melissaporai.blogspot.com. Olha lá! Bjss

InarA disse...

Oi Rafa!

te achei na forma de blog!
abraço